domingo, 12 de junho de 2011

Três meses sem meu anjo

Três meses sem você e ponho-me a perguntar, meu Deus, que força é esta que nos faz  suportar uma dor tão insuportável e faz com que nós continuemos vivendo? Pois não pensei que chegaríamos até aqui e só posso acreditar que esta força se chama DEUS! Temos dias suportáveis e dias insuportáveis, mas a saudade só aumenta a cada dia. Como eu já falei em mensagens anteriores, faço um serviço voluntário em um abrigo gratuito para crianças portadoras de necessidades especiais e elas se tornaram muito importantes em minha vida. Como é gratificante você dedicar algumas horas a pessoas tão especiais, e com certeza isto tem me ajudado muito, só lamento ter começado a desenvolver este trabalho com a partida de minha filhinha, pois tenho certeza que ela se sentiria muito feliz e orgulhosa de mim, e como já disse anteriormente, a Rafa era a solidariedade em pessoa. Se você não conhece, procure conhecer um lugar assim, com deficientes, crianças abandonadas, asilos etc. Às vezes recebemos telefonemas de algumas instituições pedindo algum tipo de ajuda e a primeira coisa que se costuma falar é “no momento eu não posso ajudar”, eu sei porque eu também já fiz isto, mas agora façam diferente, solicite o endereço do pedinte e vá conhecer o local, é muito gratificante. Você não é obrigado a ajudar a todos, mas escolha uma e contribua com o que puder, o que às vezes parece pouco para você, é muito para eles. Além de minha filha Raissa, meu marido, de meus familiares e amigos, essas crianças têm sido o meu bálsamo para continuar vivendo. E digo aqui em casa que a Rafa me viu desesperada e como ela sempre foi muito preocupada com a gente deve ter falado “Meu Deus, meu pai trabalha, minha irmã é jovem e tem muito que fazer na vida, mas minha mãe só trabalha em casa e não vai sair de seu pensamento um só segundo a minha partida.” e Deus perguntou a ela “O que sua mãe mais gostava de fazer?” e a Rafinha Lhe respondeu “Ela gostava de fazer artesanato para se distrair.” Então, fui convidada para estar desenvolvendo um trabalho de artesanato com alguns dos deficientes físicos. Agora, tenho que dividir meu tempo em elaborar trabalhos que se adaptem à deficiência de cada um.

Meu Deus, meu anjo, muito obrigada! Até de longe, mas não tão longe assim, ela tenta confortar. Eu te amo, meu amor. A morte não é o fim e se Deus quiser, ainda iremos nos encontrar.

Crianças, se vocês pensam que precisam de mim, eu digo que sou eu quem precisa de vocês!

Um comentário:

  1. Sem palavras, como eu gostaria de ter o poder de mudar sua história, o que posso fazer é pedir muito a Deus para que não lhe deixe sozinha em nenhum momento dessa dura jornada, e que seu anjo menina esteja sempre viva no seu coração.
    Beijos

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